05/04/2013 PEAC

Como desdobramento da formação em Associativismo e Cooperativismo desenvolvido com as marisqueiras do Apicum, foi realizada no dia 22/03 uma visita a Cooperativa de Doces Santa Salu, no Povoado Cabrita, as duas comunidades localizadas no município de São Cristóvão. O objetivo da visita foi promover o conhecimento da realidade prática da cooperação realizada entre mulheres para geração de renda. As pescadoras artesanais buscam conhecer alternativas para aumentar a renda e melhorar as condições de trabalho.

Marisqueiras do Apicum em Visita a Santa Salu

A formação em Associativismo e Cooperativismo, realizada em janeiro, apresentou às marisqueiras a importância da organização coletiva, através de sete princípios necessários para o progresso de uma atividade desenvolvida pela coletividade, quais sejam: gestão, participação, autonomia, educação, cooperação e interesse.

A assistente social Ticiane Santos apresentando as mulheres marisqueiras

Já a visita a Santa Salu foi o momento de extensão da formação, onde as marisqueiras conheceram a estrutura física, os processos para a produção do doce, questões burocráticas, divisão de renda e as alternativas para escoamento do produto. A cooperada Tânia Santos, a dona Santaninha, recebeu as mulheres e contou o histórico de formação da Santa Salu e os segredos para que o trabalho realizado tenha sucesso.

Vistantes conhecendo os processos para produção do doce

“Começamos vendendo doce com a lata na cabeça e de porta em porta. Depois fizemos uma reunião na comunidade e decidimos criar uma cooperativa para fortalecer o nosso produto e aumentar o nosso ganho. Aqui lucramos de acordo com a produção e não como uma empresa que os funcionários recebem no final do mês. Todos devem participar financeiramente dos custos gerados e compartilhar os ganhos”, ressaltou dona Santaninha.

Dona Santaninha compartilhando a sua experiência em cooperativa com as marisqueiras

Atenta às informações que foram passadas na visita, a marisqueira Noélia Alves aproveitou para questionar sobre a prática e sanar as suas dúvidas sobre questões burocráticas. Oportunidade que vai ajudar as pescadoras artesanais de Apicum a definirem o projeto de compensação para a comunidade. “Percebi que o trabalho que desenvolvemos se diferencia do realizado aqui na cooperativa. Nós não temos uma produção específica, varia de maré e de horário. Por isso que eu defendo que possamos aprender outra atividade, porque viver dos recursos do mangue está difícil”.

Bate papo para tirar dúvidas entre cooperada, marisqueiras e técnicas

De acordo com assistente social à frente do Projeto de Assessoria às Marisqueiras, desenvolvido como projeto de mitigação do PEAC, Ticiane Pereira dos Santos, a visita permitiu a apropriação dos processos necessários para a formação de uma cooperativa. “A atividade foi significativa no sentido de tornar claro para as marisqueiras do Apicum o funcionamento de uma cooperativa, a dinâmica do trabalho em grupo e a repartição dos lucros da entidade. Não obstante, ainda há a expectativa do desfecho do processo de formação para um próximo momento a ocorrer na primeira quinzena de abril”.