29/11/2019 Aíla Cardoso

Ontem (28) começou o Intercâmbio do Conselho Gestor na Região Sul, no povoado de Porto Mato, em Estância (SE). As conselheiras Clécia e Kátia moradoras da comunidade conduziram um espaço, onde foi realizada uma dinâmica com os conselheiros(as), que simbolizava a resistência e o enfrentamento de obstáculos pelos povos e comunidades tradicionais.

A atividade contou com discussões sobre os impactos do derramamento de óleo nos territórios de vida que, além da poluição das águas e dos mangues e dos prejuízos à saúde das marisqueiras e dos pescadores; geram atrasos econômicos à comunidade, que têm a venda dos mariscos afetada.

Marisqueira Kátia, de blusa branca, enquanto contava suas histórias de vida e de luta na comunidade.

 

No dia de hoje (29), o intercâmbio começou na Praia do Saco em Estância, com uma roda de conversa de histórias de Grande Valor sobre a comunidade de Porto do Mato. Arlene, Kátia e Neném, três mulheres moradoras do povoado, contaram as histórias dos antepassados, dos tempos de luta e pobreza. Com o intuito de compartilhar experiências e resistir com a memória desses povos.

A comunidade Porto do Mato tem origem indígena tupinambá e a vida voltada a pesca. Segundo as moradoras, o nome surgiu devido ser uma área de manguezais por isso o Porto e da grande quantidade de mato quando começou as pequenas moradias.

Uma roda de conversa também aconteceu com histórias de grande valor sobre a comunidade de Preguiça em Estância. Seu Garotinho, Clécia, Nina e Elienaide contaram as histórias do seu povoado, suas divisões em Preguiça de cima e de baixo.

 

Seu Garotinha, de camisa branca, em um momento de descontração durante a atividade.

 

O povoado já passou por diversas nomeações segundo os moradores: Purumã, Campinho, Preguiça de baixo, até uma autoridade quis mudar o nome para Praia de Santo Antônio, mas os moradores só chamam de Preguiça. Esse nome curioso veio devido a quantidade de animais preguiças que tinham na comunidade.

Eles contam que a comunidade começou seu povoamento com o pescador Balduíno e sua família a mais de 110 anos. É um território de vida marcado pela pesca, mariscagem e catado da mangaba. Sua história é marcada por luta e resistência, ainda hoje os moradores sofrem com os impactos da grande quantidade de viveiros e o desmatamento dos manguezais.

 

A realização do PEAC é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo IBAMA.