14/09/2019 PEAC

Na tarde desta sexta (13) conselheiros de várias comunidades abrangidas pelo Peac visitaram a Associação de Catadoras de Mangaba da Barra dos Coqueiros, no povoado Capoã. A programação faz parte da nona reunião do Conselho Gestor juntamente ao seu curso de formação.

A presidente da associação, Patrícia, contou histórias das mangabeiras naquela região, o surgimento do movimento e a importância do trabalho dessas mulheres. Ela conta que o cato da mangaba é um saber e prática diferente dos outros locais, que foi passado de mãe para filha e de umas para as outras. Relembra ancestrais como Dona Zefa que transmitia esses saberes na própria comunidade, como também explica como começou a venda no mercado de Aracaju.

Patrícia, Presidente da Associação das Catadoras de Mangaba.

As extrativistas de mangaba atualmente encontram mais desafios no seu trabalho, principalmente com a devastação das áreas nativas de mangabeiras, que são as restingas. Patrícia explica que desde a construção da Ponte Aracaju-Barra, o local de trabalho das catadoras reduziu bastante devido a especulação imobiliária. Conta também, que o desmatamento dos manguezais também influencia na redução da restinga.

Produtos das Catadoras sendo expostos na roda de conversa.

Explica ainda, que a mangaba como um fruto possui um ciclo, o que não permite que elas trabalhem o ano todo nessa função, por isso a maioria das catadoras também são marisqueiras e pescadoras. Além disso, atualmente elas chegam a pagar para cantar mangaba por conta do cercamento dos terrenos. 

Alguns avanços foram conquistados ao longo dos anos, em 2007 aconteceu o primeiro encontro das Catadoras de Mangaba de Sergipe, o que fez elas perceberem que precisavam se organizar enquanto movimento, então nesse mesmo ano foi criado o Movimento das Catadoras de Mangaba de Sergipe.

Roda de conversa na Associação das Catadoras de Mangaba da Barra dos Coqueiros.

O trabalho das catadoras já são reconhecidos por Lei Estadual, esse processo também ajudou a se identificarem como comunidade tradicional e lutar pela conservação das áreas nativas de mangabeiras.

 A realização do Peac é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo IBAMA.